Ancora

Era uma vez um barco, de madeira tratada, muito estimado.
O barco navegava calmamente pelas aguas transparentes e suaves do rio.
Habitava nesse barco uma família, de 4 elementos. Prezavam a democracia de opiniões e vontades.

Mas um dia , em um dos elementos cresceu a vontade de ir no sentido contrário. Ele levou os seus argumentos à discussão, mas não consegui convencer os restantes a dirigirem se para o sentido contrária ao que navegavam.
Começou a discórdia, a desordem , perdeu se a união e o respeito pela liberdade dos outros.
O barco deixou de ser tratado como devia, limpo, envernizado, mimado. Começou a degradar, pois os elementos habitantes e responsáveis pelo barco, apenas se preocupavam em boicotar as acções uns dos outros.
Não se pode dizer que havia dois lados, neste caso passou a existir 4 lados,cada lado pertencia a cada elemento residente.
Alguém sentado na margem do rio, há muito que observava o barco, que no inicio era todo aprumado, de velas erguidas, passou a não se movimentar, como se tivesse lançado a ancora.
Esse alguém questionava se , o que estão eles a fazer ? Onde querem chegar, se não saem do sitio?

Os habitantes indesejados da madeira, começaram a trabalhar, a madeira a apodrecer, o barco a meter água....
Não tardava em afundar....

Até que o chefe da família teve que tomar uma atitude um pouco autoritária, mas necessária , se não queriam afundar os 4.....

Só havia uma solução, ajudar o elemento  que queria ir na direcção contraria a construir um pequeno bote, para poder seguir o seu sonho, enquanto que os outros poderiam enfim continuar a navegar na democracia e respeito pela liberdade....

Cada um seguiu o seu sonho.....
Dentro do barco só poderiam coexistir elementos com a mesma vontade , seguir em frente, os outros seriam ajudados a seguir o seu caminho , mas fora deste barco......

Assim levantaram a ancora, que nunca tinha sentido a água fresca e doce do rio, e seguiram viagem.....