Sonho de menina


Acabei a escola, vou arrumar os livros e os cadernos, os lápis e as borrachas, até daqui a um mês.
Vou para casa dos avós no tempo de férias. Decisão mútua entre mim e a minha mãe: um mês só para brincar e outro mês para repartir entre brincadeira e algum estudo. Sou uma menina aplicada.
Um dia chego a casa dos avós e tenho a avó à minha espera, com todos os sinais que a vida lhe deu e a marcou mas sempre, sempre com o seu sorriso de orelha a orelha.
Entrei, já tinha o lanche pronto na mesa de centro da sala, com 3 almofadas ao redor. A mesa tinha tudo o que eu mais gostava, pão torrado com manteiga e um dos meus iogurtes favoritos. Tinha também fruta e café, mas claro que era para os avós não para mim.
Lanchamos os três sentados no chão sobre as almofadas. Eu sei que a eles já lhes custava sentar no chão, mas faziam-no, por mim. Comi o pão torrado e eles bebiam café no meu de muitas risadas e palhaçadas.
Depois do fenomenal lanche, era o meu tempo de brincar. Brincar ainda mais.
Deixei a minha imaginação voar e flutuar pelo desconhecido imaginário.
A brincadeira era o meu hobby predilecto, os meus avós foram aos afazeres deles.
Um jogo! perfeito! Vou imaginar um jogo: sonholândia .
Neste jogo está tudo muito bem definido e tem apenas em duas regras:
A primeira regra do jogo – Não há regras;   
A segunda e última regra do jogo – Temos que acreditar em tudo.
Brinquei a tarde toda, acreditando em tudo e fazendo tudo o que podia.
 Voei pelo mundo, conheci meninas iguais a mim.
Cruzei me na viagem com formigas gigantes e elefantes minúsculos. Vi peixes com asas e águias com pernas. Falei todas as línguas, conheci todas as pessoas.
Quando a avó me chamou para jantar, estava num pais onde não havia terra só água, em que conseguíamos falar e brincar de baixo de água. Onde os peixes voavam e nós brincávamos junto ao fundo do mar. Esse fundo do mar era iluminado pelo sol, brilhante e muito colorido.
Bem, tive que regressar do mundo sonholândia. Pus os pés na terra, vi peixes na água e águias a voar, vi pessoas. Vi os meus avós e os meus pais que tinha chegado para jantarmos todos, de novo na mesa no centro da sala. Desta vez comemos sentados em cadeiras. Conversavam e eu observava com atenção como era a vida nesta casa, neste mundo real.
Conclui no fim do jantar que queria mesmo era viver na sonholândia.

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